terça-feira, 5 de maio de 2009

Dia de cão.

Aquela cadeira dura e preta. Lágrimas rolam desesperadas por sua face. Para todos os lados que você olha a unica coisa que vê é agonia. Aguarda, quem sabe, ansiosamente ser chamada. Mariana Cabral. Entra com ar de quem não queria estar ali. Diz o que sente. Diz o que talvez sente. Não diz tudo que sente. Aguarda um instante na sala A. Que diabo de sala A. Mais gente agoniada. Algum maior de idade com você? sim. um saco plástico e um liquido esverdeado. Algo de outro mundo. Talvez só naquele momento. Mais lágrimas. Lágrimas de medo. Lágrimas de dor. Lágrimas de quem quer de alguma forma ser salva daquele momento. Não há nada a ser feito. Insatisfeita só consegue ouvir alguém dizer 'Eu sei bem como é isso, meu caçula também tem medo'. Não era o melhor a se ouvir, porém ajuda. Não estou sozinha nessa. O sangue gira. Sobe. Volta. Empurrado, lógico pelo liquido verde. Algumas palavras são trocadas. 'Nossa, tem alguma coisa que da sono aqui'. Tudo embaça. A cabeça continua a doer. A ânsia passa. Espera mais 20 minutos, vai ter que retornar. Uma água de coco pra hidratar. se segura pra não dormir enquando aguarda ser chamada novamente. Mariana Cabral. um atestado. um remédio de 6 em 6 horas. uma volta pra casa um tanto quanto cansativa. deita na cama e só escuta uma voz partindo longe. Enxaqueca maldita.


Sem musicas, só o som da televisão. Caminho das Indias.

'Eu cresci. Cresci'

♥ Beijo :*

2 comentários:

Simone Nascimento disse...

"Maldita enxaqueca, enxaqueca maldita"
\O/
Ninguém merece né Mari!
Melhoras!

Anônimo disse...

Já prestou atenção que só de estarmos num ambiente hospitalar já criamos uma tensão elétrica-sentimental-quase-fisica que nos angustia?
Acho que é a decoração. Talvez seja as pessoas reclamando de dor. Ou ainda pode ser aquela pessoa que sempre quer conversar enquanto espera.
Esperar.... Coisa que nenhum de nós tem prazer em fazer. Pausar, cessar e ficar intacto ou preparado pra quando ocorrer, não importa o que esperemos, sempre é o mesmo efeito sobre nossos corpos, mente e vidas.
A dança da espera não se alivia com aquelas revistas velhas de consultório odontológico ou com a músiquinha de elevador tocando enquanto você espera aquela máquina subir andar por andar, e não chegar no seu.
O tempo é o melhor dos remédios e o que mais da certo. A velha história do pior remédio é o que melhor faz é verdade, neste caso. O tempo nos ensina, mas também nos angustia. Nos doma, e nos liberta. O tempo, senhor da espera. Independente se num ambiente hospitalar ou numa fila de banco, ele nos vem atentar. A diferença é que no hospital, não sei bem ainda se é a decoração, rs, há uma ambientalização pior. Na fila você ainda pode se divertir olhando para aquelas mães que levam os filhos junto e não conseguem controlar a criaturazinha na fila. Pensando bem, somos assim, mães tentando controlar criaturazinhas... Nosso filho? O Tempo.