segunda-feira, 2 de junho de 2008
Revirando as antigas cartas...
Meu sonhar, meu anoitecer
eu sou aquele que te faz pensar em primeiro lugar
sou aquele que vai te fazer pensar duas vezes
nao precisa esperar, é só deixar rolar que voce verá
posso ser mais idiota do que voce pensava
mas sou muito mais do que voce ainda nao imaginou
quem dera de tudo isso, em meras ocasioes
acho que te tratei bem demais, isso nao se desfaz
mas voce continua sendo um doce, pra poucas sabia?
e seu charme é seu, só seu e de mais ninguem
voce usa com quem bem entender, mas cuidado pra nao se entreter
e de repente amar alguem e até esquecer de me ver.
quem ve pensa que é pra vida toda né?
nao sei nem se vamos nos conhecer daqui uns meses...
mas o que vale sao as poucas palavras timidas que trocamos
e os abraços em poucos segundos que fizeram de nós um só
mas ainda quero te abraçar tá doce, nao esquece
com amor, eterna flor,
um beijo, um abraço, um carinho, cinco palavras.
eu gosto muito de voce.
Brigada Ursão, espero que o nosso contato nunca termine, você é realmente importante pra mim, e faz falta nas minhas manhãs! (ll)*
domingo, 1 de junho de 2008
Pra sempre...
- Mari? Você ouviu seu pai te chamando?
- Hãm?
- Você não ouviu ele te chamar?
- Ele me chamou?
- Sim.
- Ah!
Alguns minutos depois, acende-se a luz:
- Mariana, vai querer ir no churrasco na lanchonete comigo?
- Vou sim pai.
- Então levanta logo dessa cama que já são meio dia e meia.
Levantei, tomei café, me arrumei, dei um abraço na mana e fui pro churrasco.
Tava lá sentada, tomando minha coca cola e conversando com a tia quando ela diz:
- Ele chegou.
Aquele maldito silencio pairou sobre o local onde estávamos, olhei para a porta da cozinha e avistei meu avô abraçando alguém que não consigo recordar quem era. Nossa mas o que meu vô estava fazendo lá? Ele nunca participava de nada da família, nem na minha festa de 15 anos ele foi. Fiquei calada. O vi cumprimentar todos os presentes e vir por ultimo na nossa mesa, levantei e dei-lhe um abraço.
- Nossa, custa tanto assim perguntar como anda seu avô, menina?
- Desculpa vô, é que eu tava no meio de um show e precisava falar urgente com meu pai, não tava ouvindo direito o senhor no telefone. Mas como o senhor esta?
- é...
Sentou-se na nossa mesa. Minha tia lhe trouxe um prato de comida.
- Quer comer um pouco?
- Não vô, brigada, já comi.
- Quer um pouco de guaraná então?
- Brigada vô, to tomando coca!
- Hum...
Comeu algumas garfadas e retomou o dialogo.
- E esse seu brinco menina? Isso é coisa que se use? Parece uma roda de caminhão.
Engoli a risada e lembrei como ele sempre encanou com esmaltes escuros, brincos grandes e roupas curtas e respondi:
- Desculpa vô.
- Alininha – minha prima – você não acha demais usar um brinco como esses?
- Acho tio.
Nos entreolhamos, não levaríamos essa discussão adiante.
Seguiram-se alguns minutos de silencio, onde só observávamos ele comer. Ai do nada ele fala:
- Relaxem, daqui pouco tempo não estarei mais entre vocês.
Engoli em seco, eu e todas as pessoas que estavam em volta.
- Que horror pai – disse minha tia.
- Bate três vezes na boca vô! - disse, batendo três vezes na mesa de madeira.
Aposto que assim como eu, todo mundo ficou pensando em como de certa forma ele poderia ter razão.
Segurei pra não chorar, e tomei meu copo inteiro de coca cola, talvez pra ver se aquele clima passava.
Depois de um longo tempo, olho pro meu pai e meu tio conversando e os vejo comentando:
- Eu vou trabalhar.
- Eu também, mas pode deixar que eu dou um jeito de levá-lo pra fazer a radioterapia.
Acho que ai que caiu minha ficha. É grave e quando a gente menos esperar pode dar tudo errado.
Não sei como eu to agora, não sei nem como to conseguindo falar sobre isso, prefiro que não me vejam chorando, principalmente meu pai que é tão apegado ao meu vô, preciso ser forte para poder ajudá-lo, mas as vezes a tristeza é maior.
Que Deus nos proteja e nos de forças.