quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Uma tarde e nada mais...

Eu sentia, sentia mesmo que hoje ia dar tudo certo, algo lá no fundo me dizia que seria um dia feliz. Preferi me agarrar a essa idéia, nada como um dia feliz depois de uma dia de bad. E lá fui eu para a escola, coloquei uma blusa vermelha como mandava o dia, uma velhinha, que aparecia um pedaço da barriga, me olhei no espelho, aquela olhada costumeira, me vi muito mais magra que há anos atrás, senti-me feliz, de bem comigo e com o que eu estava conseguindo me tornar.
Na noite passada havia adormecido pensando em tudo que eu deveria mudar para ser feliz. Resolvi que deveria parar de pensar no que os outros iriam dizer, que deveria pensar em primeiro lugar na MINHA felicidade, tinha que parar de alimentar a falsa ilusão que nessa situação eu estava feliz, eu NÃO estava, e isso eu tinha escrito nos meus olhos para quem quisesse ver.
Eu conseguia enxergar que eu estava melhorando, caráter eu sempre tive, educação e princípios minha mãe me ensinou muito bem, mas defeitos todos temos, e eu os tinha, em numero bem elevado por sinal, mas minha meta era e é mudá-los, tinha que fazer deles coisas suportáveis, mas nunca conseguiria conseguir isso sozinha, eu precisava da ajuda das pessoas que realmente me amam, e da minha força de vontade. E devagar se vai ao longe.
Enfim, minha manhã foi se arrastando lentamente, com oscilações entre momentos bons e ruins. Parei algumas horas pra pensar, outra agi com o coração, algumas outras tantas preferi aproveitar meus amigos de verdade, e principalmente meu anjo da guarda, porque não sei o que vai ser de mim quando começarem as aulas de verdade, vou ter que suportar as minhas manhãs sem ele. Mas as coisas que ele me ensinou eu vou levar pro resto da vida.
A tarde foi chegando, e aquele ventinho da manhã foi desaparecendo, o sol apontava lá no fundo, amarelo, radiante. E eu me encontrava sentada naquele banco, aquele banco que outras tantas vezes eu já estive sentada, mas hoje era um dia diferente, e eu ia fazer dele um dia diferente, comecei a conversar com o Manga, e conversa vai, conversa vem ele me fez enxergar algumas outras coisas que eu não queria ver, e ele, só ele me apoiou e me deu forças na decisão que eu tomei hoje.
Mas que decisão é essa vocês vão saber mais pra frente! Rezem por mim e se Deus quiser vai dar tudo certo.

‘Podem me tirar tudo que tenho, só não podem me tirar as coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo.’

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Detalhe

Aquela quarta feira cinzenta, a cama ainda estava quente, o despertador tocava desesperadamente em meus ouvidos, os cobertores pareciam não querer sair de cima de meu corpo, mas eu lembrava que a carona me aguardava, e que eu tinha que levantar daquela cama o mais rápido possível, porque não poderia atrasar nenhum minuto sequer...
Levantei, caminhei lentamente até o banheiro, no espelho vi a imagem refletida de meu rosto sonolento e com vestígios da noite mal dormida, lavei o rosto para ver se conseguia despertar, a água gelada me arrepiou, e pensei no frio que estava lá fora.
Escovei meus dentes, fiz meu xixi, coloquei uma roupa de frio, prendi meus cabelos, comecei com a maquiagem leve que faço todos os dias para ir para a escola, até que ouço o telefone tocar...
- Alô?
- Alô! Mari?
- Oii! Rapha?
- Tudo bom?
- Ótima e você?
- Bem também. Então, estou saindo de casa, me espere ali na frente da loja de gás ok?
- Ok, estou pronta já, beijos.
- Beijos.
Desliguei o telefone. E aquela pausa costumeira me fez pensar... ‘Estou realmente ótima?’. Talvez esteja. Talvez esses tipos de problemas eu supere mais fácil...
Peguei minhas coisas e fui caminhando até o local marcado, olhei para o céu, e aquele cinza se mantinha no céu, o sol se escondia já faziam alguns dias e isso me inspirava a pensar... até que ouço um fiu fiu vindo de longe, mais especificamente de dentro de um caminhão, isso me despertou de meus pensamentos e logo comecei a dar uma risada gostosa e desinibida.
Chegando na escola, olhava para os lados e via as pessoas correndo e brincando felizes, todas com um sorriso estampado no rosto e uma boa parte pintada de tinta... acabei sendo pintada também e duas vezes...
E nessa brincadeira conversei com uma pessoa que eu nunca pensei que eu fosse conversar na minha vida, uma pessoa que me fez um bem enorme, que me fez dar mais risadas gostosas e desinibidas...
Meu time estava indo bem no jogo, gritei, pulei, aplaudi, dei forçar, encorajei, e vi que por um instante aquelas pessoas até agora desconhecidas me fizeram esquecer dos meus problemas, me fizeram sair desse mundo real, e ir pra um mundo de fantasias, onde tudo é perfeito, tudo é lindo, tudo é divertido e todo mundo é unido.
E começaram a surgir as perguntas...
- E ai Mari, você vai?
Não, eu não ia... e sabe porque? Porque eu não havia sido convidada. E essa pergunta martelava na minha cabeça e a cada hora isso me chateava mais, eu tentava me manter calma, mas na minha cabeça talvez o diabinho da consciência me perguntava o que eu tinha feito pra ser ‘a escolhida’, lembrei-me das noites em que deitei a cabeça no travesseiro e parei pra pensar no que eu tinha feito pra conquistar o ódio daquela pessoa que eu tinha uma consideração tão grande, aquela pessoa que eu respeitava como amigo, e nessas noites adormecia sem encontrar respostas... e hoje tive certeza, não existe resposta para essa pergunta. As vezes a vida das pessoas está tão desanimada, tão morta que ela tem que escolher alguém pra odiar e pra desejar e fazer mal e por alguma razão eu havia sido escolhida para isso. Chorei, lágrimas sinceras de quem se encontrava num estado lastimável, não queria que me vissem naquela situação, não queria que me vissem fraca. Primeiro quem viu foi uma pessoa de confiança, que não tinha o que fazer pra melhorar aquela situação, mas que esteve do meu lado mesmo assim e que me ajudou e me ajuda sempre em tudo, depois a segunda pessoa que me viu chorando foi um amigo, talvez um amigo que eu não tava tanto valor, mas que me deu o abraço mais aconchegante, ele* sabia o que eu estava passando, porque ele esta passando pelo mesmo que eu, mas eu sou mais fraca que ele e não conseguia enfrentar isso de cabeça erguida como ele, e me orgulho da força que ele tem, e aquele abraço me ajudou muito. Sai chorando, sentei e conversei com meu anjo da guarda, ele me falou coisas que fazem muito sentido e que me abriram os olhos pra realidade, me mostraram quem eram as pessoas que estavam a minha volta e o mal que elas estavam me fazendo. Continuava triste mesmo assim, mas sabia que depois daquelas palavras eu superaria tudo, tudo mesmo. Mas cometi um erro, um erro que costumo cometer, descontei a raiva que eu sentia em uma pessoa que num merece isso de jeito nenhum, Natália Siqueira, aquela que eu falo que é minha melhor amiga, e que eu não tenho duvida nenhuma de que seja, e devo desculpas a ela, mas senti nos olhos dela que ela mesmo assim estava do meu lado.
Mas daí aparece outra pessoa muito especial, Lara, ela veio grossa, eu fui mais grossa ainda com ela, e isso me magoou mais ainda. Pensei, ‘não é possível, hoje não é meu dia’.
Sai para almoçar com a minha mãe, voltei para casa, fiquei na net e pensava na vida ainda, e em tudo que ia acontecendo, ouvia os conselhos do Murilo, e percebi o quão importante ele é pra mim e como eu vou estar com ele até o fim... mas mesmo assim não me sentia aliviada, sorri algumas vezes, e outras até me peguei dando risada, mas me sentia culpada por isso, eu não podia sorrir depois do que tinha acontecido.
Mas os problemas vem pra fortalecer amizades, mostrar quem são as pessoas, te fazer crescer e amadurecer. E que isso tenha me servido de lição.

E minha filosofia de vida para esse ano:

‘Pensar em coisas positivas, atrai coisas positivas’.